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Tradições de um povo

Rancho s joaninhoMais do que nenhum outro povo europeu, o português é nítido, sincero, espontâneo nas suas manifestações folclóricas. Da vivacidade minhota e algarvia, á cadência alentejana, cada província se funde na sua paisagem própria e cada paisagem transborda numa canção, numa dança, num grito de alegria ou uma prece.

O nosso país tem uma enorme riqueza cultural e mais do que outra fonte qualquer, a dança popular, quando actual, serve de infalível bússola; é uma forma de identificação do nosso povo.

No traje português actual reconhecem-se caracteres primitivos em que a influência geográfica dominou, se percorrermos o mapa do território português poderemos ver o quão diferente é no ponto de vista dos ofícios, a maneira como as pessoas se vestem, nos usos, costumes e tradições de cada região. A dança, diz, ao exibir-se, o nome da região a que pertence.

 DSC7621No final do século XIX, cerca de 70% da população portuguesa ainda trabalhava na agricultura. A pecuária (criação de gado) continuava ligada às actividades agrícolas, constituindo uma fonte de rendimento complementar, bem como um recurso para auxiliar a actividade agrícola (estrume para as plantações e força animal para puxar os arados). A vida no campo era dura e o trabalho do camponês estava sujeito a uma rotina muito ligada às estações do ano e às alterações do estado do tempo. A maior parte das propriedades eram pequenas e eram os membros da mesma família que as trabalhavam para retirar da terra o seu sustento - agricultura de subsistência.

Grande parte da população vivia com grandes dificuldades, e o pouco dinheiro que tinham servia apenas para comprar azeite, sardinhas, sal e sabão. Por isso, a roupa tinha de durar vários anos. Os camponeses não usavam sapatos e andavam, quase sempre, descalços ou de tamancos. O vestuário variava conforme o clima e os trabalhos que se faziam. No litoral, com um clima mais ameno, os homens vestiam calças curtas ou arregaçadas e camisas ou camisolas de lã (no Inverno). No interior, com um clima mais rigoroso, todos usavam capas durante o Inverno.

Dentro da população rural, distinguiam-se: - proprietários (burgueses e alguns nobres); - rendeiros (pagavam renda pela terra que cultivavam); - jornaleiros (vendiam a sua força de trabalho diário à jorna, e eram o grupo mais numeroso); - pastores e outros «criados de gado»; - pescadores e salineiros, no litoral. Os vegetais eram a base da alimentação. Diariamente, os trabalhadores alimentavam-se de broa de milho, azeitonas, algum bacalhau ou sardinha, vinho e sopa (feita de batatas e legumes frescos e secos, e temperada com azeite).

As deslocações para e do trabalho, os descansos para a merenda e para as refeições, o domingo e as festas do tempo dos pousios na faina agrícola, muitas vezes associadas aos ciclos do ano, eram pretextos também para a criação de cultura. Era essa cultura que rapazes e raparigas representavam nos seus ranchos, rusgas e rondas; nas suas cantigas, danças e objectos de uso, onde se destacavam o traje, os lenços, os cestos floridos, as cangas, os andores, etc…

A religião católica cedo reconheceu essa vertente lúdica e de festa, cristianizando os naturais rituais pagãos das épocas das sementeiras, das colheitas e dos tempos dos equinócios e solstícios – Inverno, Primavera, Outono e Verão.

Os ranchos folclóricos reflectem a cultura dos trabalhos agrícolas e das tarefas a ele associadas, bem como as lendas e tradições de cada região a que pertencem e consequentemente os seus usos e costumes.

Durante o Mês de março irá estar em exposição o traje dos noivos no Posto de Turismo situado no Rés do chão da Casa dos Arcos, o qual foi cedido pelo Rancho Folclórico e Etnográfico de S. Joaninho.

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