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Fenómeno de germinação descontrolada de eucaliptos traz investigadores ao concelho

Fenómeno de proliferação dos eucaliptos No âmbito do fenómeno de germinação descontrolada de eucaliptos, que se tem vindo a verificar em terrenos afetados pelo incêndio do ano passado, foi promovido, recentemente, um encontro entre  docentes envolvidos no projeto de investigação Fogo e Invasoras da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), Joaquim Sande Silva e Hélia Marchante, e responsáveis políticos e técnicos da Câmara Municipal de Santa Comba Dão.

O objetivo foi fazer o  diagnóstico da situação e desenhar  uma proposta de colaboração, com o objetivo de mitigar a proliferação desta espécie invasora e de elevada resiliência, no território concelhio. Nesse sentido, foi constatado  que existe  uma enorme falta de informação sobre a espécie eucalipto fora do seu registo de exploração florestal organizada, ou seja, não se conhece o comportamento destas plantas quando assumem um caráter, marcadamente, invasor.

Ao longo desta iniciativa de partilha técnica e informativa, os envolvidos deslocaram-se ao terreno, onde puderam verificar  in loco este fenómeno, relativamente ao qual a equipa da ESAC adiantou uma hipótese. Ao que tudo indica, o incêndio de outubro de 2017 poderá ter desencadeado uma ação térmica nas cápsulas que envolvem as sementes da planta, permitindo a  libertação dessas mesmas sementes, depois dispersadas pelo vento e pela chuva.  Foi ainda avançado que o próprio índice de germinação, com densidades e ritmos de crescimento elevadíssimos, poderá ter sido potenciado pelas condições climatéricas verificadas durante o inverno e primavera. Esta é uma realidade que se torna ainda mais evidente quando há um maior número de eucaliptos velhos nas zonas afetadas, uma vez que as árvores novas, em rotação regular, normalmente não florescem.

Reunião técnica a 11 de outubro e sessões informativas e de esclarecimento com proprietários (a agendar brevemente)
Neste contexto, a Quercus vai promover no dia 11 de outubro, no auditório municipal, em Santa Comba Dão,  uma reunião técnica, precisamente sobre a regeneração pós-fogo das sementes de eucaliptos e acerca das medidas de gestão a aplicar. O encontro vai  envolver investigadores e técnicos da área, de instituições como as Escolas Superiores Agrárias de Viseu e Coimbra, com destaque, uma vez mais, para a presença do professor  e especialista em ecologia do fogo, Joaquim Sande Silva, que foi membro da comissão independente de análise aos incêndios de 2017.

Logo a seguir a este encontro, e tendo em vista a adoção de rápidas medidas para  mitigação desta "praga", vão decorrer sessões informativas e de esclarecimento com os proprietários, promovidas pela Câmara Municipal, em articulação com a ESAC, em datas a anunciar brevemente O objetivo é agilizar uma intervenção urgente nas zonas infestadas, principalmente naquelas que coincidem com faixas de gestão de combustível. Entre outras medidas de controlo, vão ser abordados os prós e contras do arranque manual de eucaliptos e do corte com roçadora, sempre no sentido de ajudar o proprietário à intervenção de controlo do problema, com o menor impacto ecológico possível.

Ainda de caráter experimental,  estas e outras medidas vão ser testadas num estudo, a desenvolver paralelamente pela ESAC, através da  equipa de Joaquim Sande Silva e Hélia Marchante. O ensaio  dos métodos de controlo vai ser feito em cinco parcelas representativas do problema, divididas em cinco talhões de análise.  Os resultados, que só serão conhecidos em período posterior às sessões de esclarecimento,  permitirão aferir quais os métodos mais eficazes a aplicar em situações futuras e em diferentes condicionantes.


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