Logo

Arquivo municipal - documento do mês de janeiro de 2019

Apesar de Portugal só ter entrado na 1ª Guerra Mundial em 1916, os seus efeitos começaram a sentir-se logo em 1914 com os preços dos géneros a dispararem e a terem que ser tabelados. A falta de distribuição de senhaschuva, a escassez de águas de rega e as consequentes más colheitas favoreceram a crise dos cereais. Senhas de racionamento e cartas de consumo começaram a ser distribuídas pelas freguesias, em setembro de 1918, com o objetivo de garantir a equidade na distribuição dos géneros à população. Neste contexto, o Arquivo Municipal selecionou, para documento do mês de janeiro, a  cópia de um ofício enviado pelo Administrador do Concelho ao Regedor da freguesia de Óvoa onde faz algumas recomendações relativamente à distribuição das senhas para a aquisição do açúcar.

 

Descrição

Apesar de Portugal só ter entrado na 1ª Guerra Mundial em 1916, os seus efeitos começaram a sentir-se logo em 1914 com os preços dos géneros a dispararem e a terem que ser tabelados. A falta de chuva, a escassez de águas de rega e as consequentes más colheitas favoreceram a crise dos cereais.
Com o intuito de encontrar soluções para a crise alimentar, foram-se criando comissões, entre 1915 e 1920, com o objetivo de se regularem os preços dos géneros. Tal tarefa era igualmente realizada pela Comissão Executiva da Câmara Municipal que, juntamente com a Administração do Concelho, detinha funções de abastecimento. Em 1915, foi criada a Comissão reguladora dos preços dos géneros. Dois anos mais tarde, foi instalada a Comissão dos Cereais. O Celeiro Municipal foi criado em 1918 e a sua Comissão Administradora, constituída por presidente da câmara, vereador e tesoureiro municipal, tinha como principal função fixar os preços de venda a retalho dos diferentes géneros. Em maio de 1920, foi instalada a Comissão de Subsistências do concelho de Santa Comba Dão. O Administrador do Concelho deu posse aos seus membros: Francisco da Costa Borges da Gama, presidente, Abílio Augusto da Silva, secretário, e José Rodrigues da Costa Lemos.

O controlo apertado à saída do milho para fora do concelho começou em 1915. Em 1916, foram muitos os pedidos ao Governo Civil e à Comissão Central de Subsistências para que enviassem milho para o concelho, com urgência, pois não havia o suficiente para o consumo público. A situação de escassez absoluta de milho foi recorrente tendo a população suportado momentos muito difíceis. Os preços dos géneros subiram exponencialmente; entre 1915 e 1918/1919 o preço de um alqueire de  milho subiu 217%, de trigo, 233%, de batatas, 200%, de feijão frade, 167%, e o litro de azeite subiu 317%.
As senhas de racionamento e cartas de consumo começaram a ser distribuídas pelas freguesias em setembro de 1918 com o objetivo de garantir a equidade na distribuição dos géneros à população. O Arquivo Municipal divulga cópia de um ofício enviado pelo Administrador do Concelho ao Regedor da freguesia de Óvoa onde faz algumas recomendações relativamente à distribuição das senhas para a aquisição do açúcar.

 

Aceda ao documento do mês, que corresponde a um ofício de janeiro de 1919 relacionado com a distribuição de senhas para a aquisição de açúcar, numa época em que se vivia uma grave crise de subsistências:

Câmara Municipal de Santa Comba Dão, Largo do Município 13, 3440-337 Santa Comba Dão       Tel.: 232 880 500 | Fax: 232 880 501 | E-mail: geral@cm-santacombadao.pt