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Arquivo municipal - documento do mês de fevereiro de 2019

Documento do fevereiro de 2019 - Arquivo municipal Para  documento do mês de fevereiro, o arquivo municipal selecionou uma deliberação tomada pela Câmara, em 30 de maio de 1940, relacionada com a construção, no Largo Alves Mateus, do Padrão Comemorativo do Duplo Centenário - o  oitavo centenário da Fundação de Portugal (1140) e o terceiro centenário da Restauração da Independência (1640).

 

 A inauguração deste monumento enquadrou-se  no programa oficial da comemoração concelhia do Duplo Centenário, que seguiu o modelo dos festejos oficiais, promovidos em todo o território e com o mesmo figurino, pelo Estado Novo, numa clara manifestação de reforço e exaltação da  vertente nacionalista do regime.

 

Enquadramento

Em 1940, o Estado Novo comemorou o Duplo Centenário da Fundação e da Restauração de Portugal – comemorou-se o oitavo centenário da Fundação (1140) e o terceiro centenário da Restauração (1640). As comemorações exaltaram e reforçaram a vertente nacionalista do Estado Novo, que afirmava ser detentor de grande prestígio, tanto a nível interno como externo.
A inauguração das comemorações ocorreu no dia 2 de junho com um Te Deum na Sé Patriarcal seguido de sessão solene na Câmara Municipal de Lisboa, realizando-se à mesma hora solenidades em todas as Câmaras Municipais da Metrópole e das Colónias e nas Embaixadas, Legações e Consulados de Portugal, unindo, no mesmo sentimento da Pátria, os portugueses dispersos pelo Mundo, programa anunciado pelo jornal Beira Dão de 26 de maio de 1940.
Em Santa Comba Dão, as comemorações seguiram o modelo dos festejos nacionais. No dia 2 de junho de 1940, pelas 14 horas, realizou-se uma sessão solene no salão nobre dos Paços do Concelho presidida pelo Presidente da Câmara, Dr. José de Melo Cabral. A seguir ao seu discurso, ouviram-se as palavras do Dr. Jerónimo Vicente da Silva, médico e presidente da comissão concelhia da União Nacional, as de António Luíz Magalhães, professor oficial da vila de Santa Comba Dão, e as do Padre Manuel Coelho Lopes. Os discursos, transcritos no jornal Beira Dão, de 9 de junho de 1940, estavam carregados de nacionalismo e de loas às grandezas e feitos de Portugal do passado e do presente de então. Na sessão solene, estiveram também presentes Marta de Oliveira Salazar e o capitão Armindo de Almeida, comandante do núcleo local da legião portuguesa. Após a sessão na câmara, as pessoas que aí estiveram presentes, acompanhadas pela Filarmónica Santacombadense, dirigiram-se para a Igreja Matriz onde se realizou o Te Deum. À noite, a Filarmónica deu um concerto no coreto, que na altura se localizava no Largo Alves Mateus. O concelho de Santa Comba Dão fez-se representar nas festas centenárias em Viseu pela Sociedade Filarmónica Santacombadense, pelo Rancho da Casa do Povo de Óvoa e pelos legionários do concelho.
As comemorações do duplo centenário em Santa Comba Dão contaram ainda com a inauguração do Padrão Comemorativo, localizado no Largo Alves Mateus, dando cumprimento à deliberação tomada em reunião de Câmara em 30 de maio de 1940, da qual se publica a cópia. Seguindo o projeto apresentado pela Junta de Província da Beira Alta, e que foi igualmente adotado por outros concelhos da região, a obra ficou a cargo de José Pedro Sequeira e teve um custo total de 3980$00. O padrão está encimado nas quatro faces pelos escudos de D. Afonso Henriques (1139), D. João IV (1640), escudo nacional (1940) e pelo brasão municipal. Por cima dos escudos, a esfera armilar e, por cima desta, a Cruz da Ordem de Cristo.

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 Aceda ao documento do mês, que corresponde a uma  uma deliberação tomada pela Câmara, em 30 de maio de 1940, relacionada com a construção, no Largo Alves Mateus, do Padrão Comemorativo do Duplo Centenário:

 



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