Organizado pelo Município de Santa Comba Dão, o Colóquio "José da Silva Carvalho e o Bicentenário da Revolução Liberal de 1820", realiza-se nos dias 1 e 2 de junho, na Casa da Cultura, na sede de concelho, e na casa de Silva Carvalho, em Vila Dianteira.
A iniciativa enquadra-se na ampla agenda de eventos que a autarquia promove entre 2018 e 2020, com o objetivo de celebrar o bicentenário da revolução liberal de 1820 e prestar homenagem a um dos seus obreiros, José da Silva Carvalho - natural de Vila Dianteira, São João de Areias, Santa Comba Dão.
O Colóquio
O representante máximo do Município, o presidente da Câmara, Leonel Gouveia, a Diretora do Centro de Formação da Associação de Escolas do Planalto Beirão, Rosa Carvalho, e a Diretora Regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes têm a seu cargo a abertura desta iniciativa, que enquadra um período informativo e de debate, marcado pela apresentação de comunicações por parte de um amplo e reputado leque de oradores, e uma agenda de visitas a diversos locais, que testemunham a passagem de José da Silva Carvalho pelo concelho.
A intervenção de António Neves, coordenador do programa comemorativo "1808-1820 | 2018-2020 | José da Silva Carvalho e o Bicentenário da Revolução Liberal de 1820", dá o arranque aos trabalhos, com a apresentação de uma breve biografia do homenageado, que enfatiza a sua presença em Vila Dianteira e na região.
Os demais intervenientes neste primeiro dia de colóquio (ver programa) vão falar das revoluções liberais na Europa e em Portugal e do papel determinante que José da Silva Carvalho teve na revolução liberal de 1820, bem como dos importantes cargos que assumiu em diferentes reinados, da influência que exerceu no desenvolvimento de áreas estruturantes para o país e da sua forte ligação com a maçonaria.
No domingo, 2 de junho, a agenda contempla uma comunicação sobre o Fundo Documental de José da Silva Carvalho, na Torre do Tombo, e a intervenção de um trineto de José da Silva Carvalho que vai evocar a "Memória de José da Silva Carvalho na Família". A agenda prossegue com visitas à igreja matriz de São João de Areias e à localidade de Vila Dianteira, mais concretamente à capela São Silvestre (com uma exposição sobre as comemorações do bicentenário do nascimento de José da Silva Carvalho: construção de jardim e inauguração do busto), bem como à casa e jardim do homenageado.
No programa do colóquio constam ainda dois momentos musicais: no final dos trabalhos, no dia 1 de junho, um concerto pelos músicos do Conservatório de Música e Artes do Dão, e no segundo dia, uma saudação musical pela Filarmónica Fraternidade de São João de Areias.
O primeiro dia de formação é certificado
NOTA IMPORTANTE: É de destacar que a 1.º parte / 1.º dia do Colóquio "José da Silva Carvalho e o Bicentenário da Revolução Liberal de 1820" corresponde a uma Ação de Curta Duração ao abrigo Despacho n.º 5741/2015, acreditada pelo Centro de Formação de Associação de Escolas do Planalto Beirão.
Neste contexto, as inscrições decorrem até ao dia 27 de maio, sendo que existe um formulário eletrónico próprio para docentes (aceda aqui) e um diferenciado para outros participantes (aceda aqui).
PROGRAMA
Em pdf:
Aceda a todo o programa comemorativo 2018 - 20120:
José da Silva Carvalho
(Fonte: site do Arquivo Nacional da Torre do Tombo)
"José da Silva Carvalho (1782 - 1856), advogado e magistrado, foi um dos obreiros da Revolução de 1820, ministro de D. João VI, D. Pedro IV, D. Maria II e o primeiro Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Filho dum casal de humildes lavradores, frequentou o Colégio das Artes em Coimbra e mais tarde, em 1800, a Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra, onde se formou como Bacharel em 1805.
Em 1810 foi colocado como juiz de fora da vila de Recardães e em 1814 foi nomeado Juiz dos Órfãos da cidade do Porto .
José da Silva Carvalho, Manuel Fernandes Tomás, José Ferreira Borges e João Ferreira Viana fundaram o Sinédrio, associação revolucionária de que veio a resultar a Revolução Liberal de 1820. Silva Carvalho foi eleito membro da Junta Provisional preparatória das Cortes. Mais tarde fez parte da Regência do Reino e em 1821 foi ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, cargo que exerceu até 1822. Com a Vila Francada exilou-se no estrangeiro. Posteriormente voltou a Portugal mas com a aclamação de D. Miguel, exilou-se novamente. Com o advento do liberalismo foi ministro da Fazenda, da Marinha e novamente dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça. Com a Revolução de Setembro exilou-se pela terceira vez. Voltou ao reino em 1838. Foi deputado, par do reino e senador, entre outros cargos que exerceu".