Óvoa situa-se na margem esquerda do rio Dão a três quilómetros da sede de concelho.
Povoação muito antiga e de grande beleza natural e arquitetónica conserva o seu antigo ambiente fidalgo.
Pelas Inquirições de 1258, ocorridas no tempo de D. Afonso III, sabe-se que Óvoa já tinha recebido, no ano de 1256, a sua carta de foral, constituindo, portanto, um concelho que foi o único desta região com juiz de nomeação régia.
Todavia, só metade da vila pertencia à coroa. Parte destas terras pertenciam por herança a D. Diogo de Albergaria, senhor da Casa de Santar que, tendo tomado o partido de Castela, aquando da revolução de 1383 – 1385, as perdeu a favor da coroa.
Mais tarde, por carta régia de 1398, D. João I concedeu estas terras como dote a Fernão Gonçalves de Figueiredo, genro do antigo senhor. Com base no estipulado na lei mental e por carta régia de 1475, estas terras e outras regressaram à coroa. Foram doadas ao príncipe D. João, futuro D. João II, que delas fez mercê a D. Luís da Cunha senhor da Casa dos Cunhas em Tábua e da Casa de Santar. Estas terras ficaram na família até à fuga de D. Lopo da Cunha para Espanha, em 1641, aquando da Guerra da Restauração. Por este motivo, regressaram de novo à coroa.
Do século XIII, destaque para as referências à existência de jugaria e cavalaria sob a alçada do juiz e mordomo de Óvoa, o que demonstra a sua importância político-militar e económica nesta região.
Óvoa recebeu foral novo a 16 de março de 1514 outorgado por D. Manuel. Este documento que devia criar as condições político-administrativas para uma maior autonomia das populações acabava por regulamentar apenas os direitos e deveres dos cidadãos.
Nos meados do século XVIII, Óvoa era concelho de Viseu e em 1811 era concelho da Beira com juiz ordinário, comarca, correição, provedoria, diocese de Viseu e donatária a universidade. No ano de 1832 era concelho e comarca de Tondela e em 1835 aparecia como concelho no julgado de São João de Areias, menos as populações situadas a sul do Mondego.
O concelho de Óvoa também não resistiu à reforma administrativa dos liberais em 1836. Continuou como vila até 1878, ano em que perdeu este estatuto e passou, como freguesia, a fazer parte do atual concelho de Santa Comba Dão. Atualmente, integra a União de Freguesias de Óvoa e Vimieiro, criada aquando da reorganização administrativa de 2012/2013.
Ao longo do ano são várias as festas e romarias organizadas pelas populações: São Martinho é o padroeiro a 11 de novembro; Santo Ovídeo festeja-se em julho, na localidade de Cagido; Santo António em Vale Couço, no dia 29 de junho, e Santo Amaro celebra-se no Outeiro a 15 de janeiro.