O concerto dos Reis - realizado no passado sábado, 4 de janeiro, na Igreja Matriz - reuniu a grande família de músicos da Filarmónica de Santa Comba Dão, traduzindo-se no ponto alto do início das comemorações do 200 anos desta instituição, que constitui uma referência cultural e musical no território e região.
Foi um memorável momento comemorativo, que juntou cerca de 125 músicos e cantores da Banda Juvenil, Filarmónica de Santa Comba Dão, do Coro Magnus D'Om e da Escola de Música. E como não poderia deixar de ser, a excelência, a abrangência artística e musical, a pluralidade e fusão de talentos foram recebidos entusiasticamente, pelo muito público que encheu completamente a Igreja Matriz.
Ao longo do espetáculo, destaque para a apresentação de um reportório rico e repleto de significado para as várias formações, que constroem esta casa, por onde passaram e continuam a passar várias gerações de músicos.
À festa, juntaram-se a cantora Mariana Café dos B Flat e a acordeonista Nancy Brito dos Vira Milho, com a interpretação de temas, que também fizeram a história deste concerto. Uma história feita de música e dedicação, tal como salientou o presidente da Direção, Daniel Coelho, nas breves palavras que dirigiu à assistência. A importância e significado deste aniversário e o amplo programa a desenvolver ao longo de 2020 foram abordados pelo dinamizador cultural, que pediu uma grande salva de palmas para os músicos . Chamou, ainda, ao palco os maestros Leandro Alves, Luís Rendas Pereira, José Pedro Morais, Guilherme Nunes, e Ana Silva, como coordenadora da escola de música, a quem ofereceu, de forma simbólica, e à semelhança das duas intérpretes convidadas, uma flor pelo compromisso, envolvimento e entrega à causa da dinamização musical e cultural, assumida pela Filarmónica.
Na sua intervenção, o dirigente associativo fez, ainda, questão de sublinhar o excelente relacionamento e a cooperação existente entre as três Filarmónicas do concelho: Pinheiro de Ázere, Santa Comba Dão e São João de Areias.
Também o presidente da Câmara, Leonel Gouveia, interveio no decurso do espetáculo, cumprimentando, músicos, maestros, dirigentes e todos aqueles que, de alguma forma, estão ligados à história desta Filarmónica. "Quão orgulhosos deste dia estariam as pessoas que em 1820 se lembraram de criar a Filarmónica de Santa Comba Dão", afirmou.
Foram "duzentos anos de muito trabalho, de muitos músicos, de muita música e de muitas gerações de santacombadenses de que nos orgulhamos", disse, destacando o papel determinante da Filarmónica no capítulo da formação musical. A propósito, deu o exemplo que alguns instrumentistas que saíram das fileiras da Filarmónica de Santa Comba Dão e também de outras formações do concelho, e que, atualmente, fazem carreira nacional e internacional.
O representante máximo da autarquia aludiu, ainda, a outro bicentenário de especial significado para o Município, o da revolução liberal de 1820, que teve como obreiro, o ilustre santacombadense, José da Silva Carvalho. Por fim, deu os parabéns a todos aqueles que, passados estes 200 anos, continuam a fazer a história desta instituição, que é um exemplo de excelência e dedicação.
Início das Comemorações
Além do concerto de Reis, a agenda do início das comemorações destes 200 anos da Filarmónica contemplou vários momentos protocolares e simbólicos, que se desenrolaram ao longo do passado sábado. Logo depois do hastear da bandeira na sede da Filarmónica, acompanhado pela atuação da própria Banda, os músicos desfilaram pelas ruas da cidade, celebrando com a população este aniversário histórico. Já no período da tarde, há a referir a realização de uma romagem ao cemitério, onde foi feita uma homenagem aos dirigentes, músicos e sócios já falecidos, e a celebração de uma eucaristia na igreja da Misericórdia.