Ontem, 27 de julho, o Montebelo Aguieira Lake Resort & Spa, no vizinho concelho de Mortágua,   recebeu  o lançamento da primeira pedra  e assinatura do auto de consignação da empreitada da Ecovia do Mondego, uma obra estruturante para toda a região, que  vai ligar  - através do prolongamento da Ecopista do Dão - os distritos de  Viseu e Coimbra.  

Ao todo, vai ser possível percorrer, a pé ou de bicicleta, cerca de 90 quilómetros entre Viseu e Penacova, com a ligação entre a Ecovia do Mondego   e a Ecopista do Dão a ser feita, precisamente, no concelho de Santa Comba Dão. A empreitada contempla a extensão do percurso da Ecopista até à estação de caminho de ferro e a construção de um  passadiço metálico para ligação das duas margens do rio. Em território concelhio, a ecovia do Mondego vai abranger um percurso de mais de nove quilómetros, sempre em contacto com a natureza.

A construção da Ecovia do Mondego está orçada num milhão e meio de euros, sendo que só em Santa Comba Dão o investimento corresponde a aproximadamente 693 mil euros. 

Para Leonel Gouveia, a concretização desta obra "é determinante para a toda a região e para o concelho de  Santa Comba Dão". "A   ligação entre a Ecopista e a Ecovia vai permitir erguer pontes entre duas regiões e alargar  horizontes para o turismo no território", disse, acrescentando que a nossa atratividade será exponenciada, com esta ligação estruturante. "A Ecovia vai contribuir para  ampliar a visibilidade do que  melhor temos: a beleza dos rios, a vista de serra, o património, a autenticidade e a gastronomia", sublinhou. 

O representante máximo da autarquia destacou também que Santa Comba Dão "será um dos poucos concelhos do país, se não o único, a ser atravessado por uma ecopista e por uma ecovia" 



A Ecovia
Adjudicada à empresa Irmãos Almeida Cabral, a empreitada tem  um prazo de execução de 18 meses, e abrange a  ligação dos 49 quilómetros da Ecopista do Dão aos 40 quilómetros da Ecovia do Mondego,. A obra contempla o aproveitamento de estradas e caminhos rurais existentes, nos municípios de Santa Comba Dão, Mortágua, Penacova e Vila Nova de Poiares, bem como - e entre outras estruturas -  a construção de uma via dedicada,  na margem da albufeira da barragem da Aguieira. O projeto foi candidatado ao Programa Valorizar do Turismo de Portugal, no âmbito da Linha de Apoio à Valorização do Interior, na tipologia “Projetos de valorização ou incremento da oferta de Cycling & Walking”, tendo sido apoiado em cerca de 876 mil euros.


A Cerimónia
 José Júlio Norte, presidente da Câmara Municipal de Mortágua, anfitrião da cerimónia que marcou o arranque desta  obra determinante,  sublinhou a importância do cooperação e união de várias entidades em todo o processo, afirmando que  "a Ecovia do Mondego só foi possível, pois os autarcas de Mortágua, Santa Comba Dão, Penacova e Vila Nova de Poiares foram capazes , de deixar de lado os interesses pessoais, em prol do coletivo". "Sob a batuta da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, construímos o projeto e elaborámos a candidatura, que foi submetida graças ao trabalho conjunto de várias entidades, que souberam ultrapassar pequenos problemas em prol do fundamental, que é dotar a região Centro de uma infraestrutura de excelência que vai ligar Viseu ao mar", reforçou. 

O secretário Executivo da CIM da Região de Coimbra Jorge Brito aprofundou melhor o projeto de ligação da Ecopista do Dão à  Figueira da Foz, referindo que está também em  preparação um  troço ciclável entre Coimbra e Figueira da Foz, - ciclovia do Mondego. Com a concretização desta obra e a  implementação da Ecovia, o interior vai aproximar-se, cada vez mais, do litoral , ganhando contornos reais o sonho de uma  via ciclável no eixo Viseu – Figueira da Foz, a complementar pelo troço Eurovelo 1 - Rota da Costa Atlântica - na ligação entre Figueira da Foz e Mira.

Através da Ecovia do Mondego e da valorização turística que lhe está associada, "vai ser potenciado o surgimento de novas atividades económicas e o desenvolvimento de novos serviços turísticos, com base no património natural e cultural existente e na valorização dos produtos endógenos" reiterou o secretário Executivo da CIM da Região de Coimbra. A Ecovia do Mondego "é um projeto absolutamente único e inovador, projetando nacional e internacionalmente este território do interior, enquanto destino turístico de excelência de Cycling & Walking [caminhar e andar de bicicleta]" , sublinhou.


 Pedro Machado, presidente da Entidade Regional do Turismo do Centro, destacou , igualmente,  a importância estratégica da Ecovia -  "uma  obra, que  reforça o posicionamento da região Centro nos mercados turísticos, ao nível nacional e internacional",   aludindo também. e concretamente. ao crescimento exponencial de mercados Cycling &  Walking .


Ainda  José Carlos Alexandrino, presidente da CIM Região de Coimbra afirmou a Ecovia do Mondego como "um equipamento que permitirá alavancar a atratividade do nosso território e dar um grande impulso ao turismo e à economia local". Trata-se de uma obra que" vem dar resposta à mobilidade crescente de todos, esbater assimetrias, propiciando aos nossos cidadãos uma maior fruição das zonas ribeirinhas".

João Paulo Rebelo, secretário de Estado do Desporto e Juventude, saudou "os autarcas dos quatro municípios que cooperaram e encararam [este projeto] mais na lógica do nós e não na  lógica do eu".  

O representante do Governo salientou que, com este projeto - em rede - é valorizada toda uma região enquanto destino turístico, potenciando-se um turismo mais saudável, sustentável e em contacto com a natureza e a paisagem. João Paulo Rebelo sublinhou, também,  a importância da Ecovia no âmbito da promoção de estilos de vida saudáveis e, nesse sentido, aludiu a um estudo que aponta para o facto da bicicleta contribuir em mais de metade dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, traçados pelas Nações Unidas.

Entre outras medidas do Governo destacadas por João Paulo Rebelo, o titular da pasta do Desporto e Juventude sublinhou a aprovação, em Conselho de Ministros, de uma estratégia nacional para a mobilidade ativa ciclável, com a qual, e entre outros objetivos, se pretende   duplicar, nos próximos dois anos as vias cicláveis existentes no país.


Entidades Presentes
A par dos intervenientes, a sessão contou com a presença do do presidente da CIM Dão Lafões, Rogério Abrantes, dos presidentes dos Municípios de Penacova, Humberto Oliveira, e Santa Comba Dão, Leonel Gouveia,   e do vice-presidente do Município de Vila Nova de Poiares, Artur Santos, entre outras entidades.