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Escavações no Patarinho-Óvoa e no Couto do Mosteiro aprofundam conhecimento sobre o povoamento de Santa Comba Dão

Escavações - Couto do Mosteiro

O estudo do povoamento antigo de Santa Comba Dão é o principal objetivo da equipa de arqueólogos, liderada por Pedro Matos, que, em 2020, de julho a setembro, dá continuidade à escavação das ruínas romanas do Patarinho, em Óvoa -  objeto de uma primeira  campanha em 2019 - e inicia, também, escavações na zona da igreja matriz do Couto do Mosteiro.

 

 

“Refletem uma comunidade que, há mais de dois mil anos, do Império Romano às invasões bárbaras, da conquista muçulmana à Reconquista Cristã, se manteve agarrada a este torrão”, afirma, destacando que nos “cabe, agora, relembrar os nossos antepassados e manter viva a sua memória”. Também o vereador, responsável pela área da Cultura, Joaquim Agostinho Marques, faz questão de sublinhar “a importância destes achados naquilo que é o conhecimento da história e do património riquíssimo de que o concelho é detentor”.

Escavações no Patarinho “É um orgulho para o Município estar associado, enquanto entidade promotora, a estas campanhas arqueológicas que nos ajudam a compreender melhor quem somos enquanto comunidade”, realça. A par do Município, as escavações contam ainda com a promoção e suporte da União de Freguesias (UF) de Óvoa e Vimieiro e da UF Santa Comba Dão e Couto do Mosteiro, em colaboração com a Universidade de Coimbra (UC) e com o apoio da Associação de Estudos do Baixo Dão e do Agrupamento 306 - Escuteiros de Santa Comba Dão.

 

No Patarinho

Muito conhecido, localmente, pelos vestígios arqueológicos existentes na zona, o sítio do Patarinho foi objeto de um primeiro estudo, levado a cabo pelo santacombadense José Morais Branquinho. Há um ano atrás, Pedro Matos com uma equipa de arqueólogos da UC escavou no Patarinho pela primeira vez, encontrando uma estrutura com detalhes cronológicos e culturais que ficaram então por esclarecer, mas que permitiu direcionar a escavação de 2020 para uma zona de maior interesse. Este ano, foi definido um compartimento, construído entre os séculos I e III depois de Cristo, que corresponde a um edifício, possivelmente, destinado ao armazenamento de víveres. O referido edifício integra-se “num grande núcleo de povoamento romano que ocupava a planura entre as povoações de Óvoa e Cagido”, afirma Pedro Matos. “Ao que tudo indica, estaremos aqui perante um castro, ou seja, uma aldeia romana, importante núcleo populacional ligado à navegação do Mondego. Na zona da antiga Foz do Dão existiria um porto, conectando as vias terrestres e fluviais”, concretiza.

 

No Couto do Mosteiro

Já nas imediações da igreja matriz do Couto do Mosteiro, os arqueólogos encontraram ruínas contemporâneas do primeiro registo histórico da vila de Santa Columba, mais concretamente, um diploma do mosteiro de Lorvão do ano de 964. As referidas ruínas encontram-se ao lado da igreja de Santa Columba, correspondendo, possivelmente, a uma estrutura de apoio ao templo medieval.

Trata-se, pois, de um grande avanço no conhecimento histórico do município, na medida em que fortalece a tese de estar no Couto do Mosteiro a origem do povoamento de Santa Comba Dão. A estrutura identificada, por sua vez, assenta sobre um nível de ocupação romano, possivelmente uma quinta, cujos vestígios se estendem pelo vale do Ribeiro do Couto, na zona hoje conhecida como “Passal”.

 

Próximas campanhas

É intenção da equipa de arqueólogos e das entidades promotoras dar continuidade, nos próximos anos, a  campanhas arqueológicas no concelho, que conferem elevada visibilidade à história local, valorizando o património histórico do território. A meio dos trabalhos, Pedro Matos agradece e sublinha a gentileza de Mário Cordeiro, em Óvoa, e da Fábrica da Igreja Paroquial do Couto do Mosteiro, por permitem a realização das escavações nas suas propriedades.

Conclui, dizendo que “o nosso concelho figura hoje como uma das principais referências no estudo do povoamento romano e medieval da zona de Viseu, com um património arqueológico substancial que, desde 2018, tem sido apresentado à comunidade científica nacional e internacional. Um motivo de orgulho para toda a comunidade!

















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