
Ao todo foram investidos cerca de 6 milhões de euros na recuperação do CTRSU, "concebido para dar uma resposta adequada do ponto de vista ambiental, à produção de resíduos" dos 19 municípios associados da AMRPB . No CTRSU encontra-se localizado um Aterro Sanitário, destinado à receção dos resíduos recolhidos indiferenciadamente e também um Centro de Triagem, para receber os resíduos recolhidos, seletivamente, para reciclagem. É também dentro deste espaço que está localizada uma Central de Valorização Orgânica.
A sessão foi marcada pelo descerramento da placa de inauguração, pelo Presidente da República e pela ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa, num momento partilhado pelos presidentes de Câmara da AMRPB presentes na sessão. O Município de Santa Comba Dão esteve representado pelo presidente Leonel Gouveia, que também deixou o seu testemunho num vídeo exibido durante o evento. Nesta vídeo-mensagem deu-se conta gigantesco trabalho empreendido pela AMRPB na reconstrução deste Centro de Tratamento, bem como dos projetos que vão alavancar a o futuro e a sustentabilidade ambiental no quadro da gestão de resíduos.
Durante a cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Tondela, anfitrião desta cerimónia e vogal do conselho diretivo da AMRPB, falou do processo de regeneração desta infraestrutura após os incêndios, adiantando que se está a trabalhar para que no futuro venha a existir uma solução ambientalmente mais adequada e financeiramente mais sustentável. O representante da autarquia anfitriã destacou que a AMRPB está a fazer um esforço na duplicação da capacidade de recolha de resíduos valorizáveis e anunciou que se encontra em preparação uma candidatura para a construção de uma unidade de produção de Combustível Derivado de Resíduos.
Além de ter informado acerca dos investimentos programados pela AMRPB, o presidente da AMRPB, Mário Azevedo apelou, durante a sua intervenção, à suspensão da medida de duplicação do valor da taxa de resíduos, que segundo o autarca "corre o sério risco de comprometer o parco equilíbrio financeiro do sistema".
Seguiu-se a mensagem da presidente da Comissão Diretiva do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), Helena Azevedo que reportou ao financiamento deste empreendimento através do POSEUR e do exemplo prático e "à vista de todos" da concretização desta comparticipação financeira.
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, recordou o trabalho dos autarcas e das populações em todo o processo de reconstrução e também de superação, que se seguiu aos terríveis incêndios de outubro de 2017, destacando o papel da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão, que considerou “uma referência”.
Numa intervenção marcante, o Presidente da República falou da recuperação desta região, que visitou depois dos incêndios, congratulando-se “por ver de pé uma realidade destruída há três anos atrás”.
"Passaram três anos, eu não esqueço, antes, durante e depois, o contributo da então presidente da CCDR, o papel único - eu diria mesmo heróico - dos autarcas da região atingida. Lembro-os um a um, e a cara com que estavam ao percorrermos as povoações, e ao pararmos aqui e acolá, e a ouvirem os dramas. Lembro-me daquilo que diziam, daquilo que sentiam, uma emoção muito superior àquela que sentimos hoje", sublinhou
Numa tarde marcada pelo anúncio do estado de calamidade, o representante máximo da nação deixou uma mensagem aos portugueses, apelando à responsabilidade dos cidadãos no cumprimento das regras sanitárias. "Se houver uma parte que não queira fazer" será "um todo que sofrerá", destacou.