O Município de Santa Comba Dão, através do Arquivo Municipal, selecionou uma circular confidencial de março de 1918 enviada pelo Governo Civil ao Administrador do Concelho de Santa Comba Dão, informando da presença no nosso país de dois indivíduos que trabalhavam por conta da espionagem alemã.

Enquadramento

"Ao pensarmos em espionagem, lembramo-nos logo, provavelmente, da Guerra Fria, apesar de os espiões estarem presentes em praticamente todos os momentos da história. Portugal, nomeadamente Lisboa, foi um importante centro de espionagem durante a II Guerra Mundial, devido à posição neutral e à localização geográfica que permitia a entrada e saída da Europa. Mas já durante a I Guerra Mundial as redes de espionagem se entrelaçavam em Portugal. Destacamos duas circulares confidenciais enviadas pelo Ministério do interior através do governo Civil de Viseu para o Administrador do Concelho de Santa Comba Dão. Nas circulares chama-se a atenção das autoridades locais para a probabilidade da entrada no nosso país de dois indivíduos que trabalhavam por conta da espionagem alemã. Solicitava-se a localização desses homens, a sua prisão e a comunicação ao Ministério do Interior de qualquer informação sobre os espiões. O primeiro chamava-se Anders, ex-militar, teve a sua última residência em Barcelona e possuía trez anéis com um grande brilhante em cada um d’eles. O segundo teria entrado em Portugal por Badajoz, utilizava vários nomes, fazia-se passar por súbdito italiano e tinha um passaporte argentino, provavelmente falso, com o nome Francisco Bravo Guerrero. Antes da guerra vivia em França e o Governo italiano tinha provas de que trabalhava para a espionagem alemã em Barcelona. Era um autentico espião, inteligente e perigoso".

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