O Auditório Municipal de Santa Comba Dão de Santa Comba Dão acolheu no dia 11 de julho, sábado, o Encontro de Coletividades dos Concelhos de Santa Comba Dão, Carregal do Sal, Mortágua, Penacova, Tábua e Tondela.
O encontro decorreu pelas 14h15, e contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, Leonel Gouveia, e o presidente da Confederação Portuguesa das Coletividades da Cultura, Recreio e Desporto, Augusto Flor.
Associações versus Autarquias
O presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, Leonel Gouveia, tomou a palavra para agradecer a presença do presidente da Confederação, e fazer uma comparação entre a realidade do movimento associativo que conheceu em anos anteriores e a realidade com que se depara atualmente.
Transmitindo alguma da sua opinião pessoal, Leonel Gouveia reconhece que, em alguns casos, com abundância dos subsídios atribuídos, as associações perderam um pouco do seu espírito associativo e entreajuda, passando a viver com o que considera a subsídio-dependência, principalmente por parte das autarquias.
“Hoje algumas autarquias vivem momentos de grande preocupação financeira, como é o caso da nossa. Assim, o paradigma com que hoje as associações se deparam é completamente diferente; têm de encontrar mecanismos que permitam a sua subsistência e atividade”, afirma Leonel Gouveia, ao que acrescenta que à falta de recursos financeiros “à autarquia cabe, dentro das suas possibilidades, dar apoios a outros níveis, desde o ponto de vista logístico ao ponto de vista administrativo, bem como criar condições e informar permanentemente de mecanismos que existam de disponibilidade financeira e candidaturas.”
Leonel Gouveia considera que o Encontro de Coletividades é um momento de extrema importância, um momento de reflexão, e uma ocasião para a Confederação das Associações deixar o seu parecer e informar sobre alguns mecanismos que as associações podem ter a seu dispor para recorrer a outro tipo de apoios.
Assim, este encontro tem como principal objetivo, entre muitos outros, possibilitar a troca de ideias e gerar um debate sobre o que é o movimento associativo e para que serve, qual o papel do dirigente associativo, assim como os benefícios das suas atividades.
Movimento Associativo, um poder local
Na sua intervenção, o presidente da CPCCRD, Augusto Flor, começou por apresentar os objetivos do Encontro das Coletividades, sendo eles ir ao encontro das necessidades dos dirigentes, transmitir um conjunto de informações e experiência de uma visão nacional e internacional do que se entende por movimento associativo; e trazer ainda ao debate e reflexão a preparação do Congresso Nacional das Coletividades Associações e Clubes, evento a realizar a 7 de novembro de 2015, que conta com a organização de nove organizações e confederações nacionais.
Apoiando-se em dados obtidos de estudos realizados pela Confederação, Augusto Flor classificou o movimento associativo como um poder local, que possibilita reunir todo um conjunto de condições para melhorar a qualidade de vida das populações da região, e seu desenvolvimento.
“Nós temos um poder local que são as autarquias, representado pelo senhor presidente, e temos um poder local que é o associativismo, representado pelos dirigentes associativos”, evidencia Augusto Flor, explicando: “De um lado estão os poderes políticos, neste caso as autarquias, que têm uma determinada capacidade e responsabilidade, quer de ordem constitucional quer de ordem legal, para desenvolver todo um conjunto de bens e serviços. Do outro temos o movimento associativo, que vem complementar. Os dois poderes não chocam.”
Assim, Augusto Flor reforça que da perceção deste facto por parte de dirigentes e autarcas, pode criar um conjunto de mecanismos para o desenvolvimento local, seja do ponto de vista social, como sobretudo do ponto de vista económico.
Este e muitos outros temas associativos emergentes foram abordados e discutidos ao longo de toda a sessão, nomeadamente legislação associativa, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Autoridade Tributária (AT), Sociedade Portuguesa de Autores e Congresso Nacional das Coletividades, Associações e Clubes.
Na sessão estiveram presentes representantes associativos de algumas entidades do concelho de Santa Comba Dão, nomeadamente a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), extensão de Vila Pouca; a Tuna de Santo Estevão; o Grupo Desportivo Santacombadense; o Clube Recreativo, Cultural e Desportivo de Nagosela; e a Filarmónica Fraternidade de São João de Areias. Assim como estiveram presentes, de concelhos vizinhos, a Associação Recreativa e Cultural de Oliveirinha, Carregal do Sal; e a Associação Recreativa e Cultural de Legiosa de Ázere, do concelho de Tábua.
O Encontro foi uma iniciativa da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, e contou com o apoio da Confederação Portuguesa das Coletividades da Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD).