Com uma carreira musical que iniciou antes da sua participação no Ídolos, Nuno Norte admite que o programa foi sobretudo o que o levou ao reconhecimento nacional, "foi um abrir portas para fazer música a nível nacional; as pessoas ficaram a conhecer-me", contou-nos; "antes de entrar no Ídolos já tinha feito muita coisa: integrei muitas bandas, fiz muitos concertos, fazia festivais...coisas mais arrojadas".
Considerando-se um músico de corpo e alma, Nuno Norte prepara-se agora para promover o seu segundo álbum, um trabalho inteiramente seu, com alguns temas já minimamente conhecidos do público, e outros originais.
E foi na noite de 13 de agosto de 2015, no palco principal das Festas de Santa Comba Dão, que Nuno Norte apresentou alguns desses temas, assim como covers de artistas e bandas conhecidos, como Nirvana, Lena D’Água, Lady Gaga, Luís Represas.
Depois do concerto estivemos à conversa com o cantor e músico português que, mostrando-se brincalhão e bem-disposto, falou um pouco sobre si e a participação no Ídolos, bem como a atuação nas Festas de Santa Comba Dão e o seu projecto mais recente, intitulado “Também Sabe a Sal”.
O que te levou a participar no Ídolos?
O que me levou a participar mesmo foi a minha mãe, que me inscreveu sem eu saber. Ela sabia que eu gostava de música, e acho que viu alguns dos anúncios que passavam na televisão nessa altura. Eu recebi um telefonema a dizer que tinha sido seleccionado para um casting, e fiquei naquela… Ninguém sabia como é que aquilo era, pois foi o primeiro ídolos.
E sendo o primeiro, fica num registo diferente?
Eu costumo dizer, em termos de brincadeira, que o “Rambo I” é o melhor filme da trilogia, ou o “Star Wars”, percebes!? Normalmente o primeiro é aquele que causa mais impacto.
E o Ídolos foi um impulso para aquilo que tens agora?
Obviamente, o Ídolos foi aquilo que fez com que eu pudesse ter uma carreira a nível nacional, abriu-me portas para estar a trabalhar na música, e também para poder apresentar-me neste espectáculo de hoje, em Santa Comba Dão.
Uma recordação mais forte que tenhas dessa época?
A cena mais difícil é ver as pessoas a sair. Apesar de estares ali com uma data de gente que no fundo são teus adversários, convives durante tanto tempo que acabas por criar laços. E ver as pessoas saírem, a irem embora, foi a cena que mais me marcou. Era bastante difícil. Nós, os dez finalistas, na altura criámos um laço de amizade, e de cada vez que saía um, os outros iam chorar para um canto. É verdade, é a cena mais difícil.
E o público?
O público é fixe. Tu estás ali, num programa, e tens gente que apoia o Manel, tens ente que torce pelo Joaquim…
E qual foi a tua reacção quando pisaste o palco do Ídolos pela primeira vez?
Aquilo é um bocado surreal. É um programa de televisão. Quando estás ali tens uma noção completamente diferente da noção que as pessoas têm quando vêm o programa na televisão. Eu chego lá e vejo as câmaras, vejo a malta toda, vejo o indivíduo que levanta a placa para a malta aplaudir. Percebes? Porque é um programa de televisão. É assim que as coisas funcionam.
E falando do público…o que achaste do público de Santa Comba Dão?
Acho que estavam um bocadinho cansados. Havia pessoal, estava porreiro, mas a malta estava um bocado afastada do palco. Ainda tentei chamá-los, cantei, saltei, corri, mas eles ficaram ali. Acho que estavam mesmo tímidos. Mas eu gostei do espetáculo. Ninguém me disse “vai para casa”, por isso acho que foi porreiro. (risos)
E já tinhas estado em Santa Comba Dão?
Em Santa Comba Dão, não tenho bem a certeza. Penso que sim. Ou se não estive, estive perto. Mas aqui mais central, não.
Falando agora do teu álbum novo, o que é que as pessoas podem esperar?
Podem esperar um álbum muito alegre, muito “up-lifting”, que mete a malta para cima. Fala de verão, e principalmente de alegria e de amor. De partilhar amor entre todos.
E é um álbum só de originais?
Tem originais. Tem uma cover de uma música muito antiga, “Dou-te um Doce”, da Lena D’Água. Lembro-me que era uma música muito conhecida na altura. Também tem uma música que fiz em parceria com um amigo, o actor José Carlos Pereira. O tema chama-se “Raio de Sol”; fiz essa parceria há um ano atrás, e era apenas uma música solta. Tem ainda outra música que tocámos aqui hoje, que se chama “Fica (Um Pouco Mais)”, que entrou numa novela da TVI. Portanto esses já são mais ou menos conhecidos do público, e resto são temas originais, novos, com uma componente meio reggae.
Como defines o teu estilo musical?
O meu estilo musical específico é o rock alternativo, o que não tem muito a ver. Mas eu penso assim: eu tenho um estilo que é o meu preferido, mas eu sou músico, faço muita coisa, não faço só dentro desse estilo. Gosto bastante de rock alternativo, que é o que gosto realmente de fazer, mas este disco, por exemplo, que é uma espécie de pop com reggae e mais qualquer coisa, também é algo de que gosto. Fui eu que fiz, percebes? É uma onda completamente diferente, mas eu gosto. Mas a minha onda é o rock and roll. (risos)
E que concertos te esperam nos próximos tempos?
Olha, amanhã vou estar a tocar acústico, sozinho, num barzinho aqui ao lado, em Anadia. No sábado vou estar em Lisboa… E se a malta quiser saber realmente o que ando a fazer, pode passar em www.facebook.com/nunonorte, que é a minha página. Está sempre atualizada com espetáculos e assim…
E, para terminarmos, consegues definir-te numa palavra?
Palhaço. (risos) Uma palavra só, não te sei dizer. Tento ser uma pessoa “normal”. Acho que a conversa que estás a ter aqui comigo já deu para perceber. Não sou aquela cena tipo estrela. Quando não era famoso, não era famoso. Lembro-me bem de como era, e nunca sei se não vou parar lá outra vez. Então acho que mais vale manter a personalidade que já tinha. Sou brincalhão e tento estar sempre o mais bem-disposto possível. Obviamente que nem sempre acontece, mas tento. E tento ser verdadeiro, o que tenho de dizer às pessoas, digo, boas ou más. Às vezes sou verdadeiro demais, mas tento sê-lo comigo e com toda a gente.