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João Só, "Eu gosto das pessoas de Santa Comba Dão"

P1010997João Só nasceu em Coimbra e aí viveu até aos nove anos de idade, tendo então partido para Lisboa. Começou a tocar guitarra com doze anos, e compor com quinze, e a partir desse instante a música tornou-se uma constante na sua vida, sobretudo por influência da mãe.

"A minha mãe ouvia muita música, e não tive grande hipótese de escapar. Eu ouvia coisas mais antigas, como os Beatles, o Elvis e o Cat Stevens, e sempre gostei muito da estrutura das canções", contou-nos João Só, afirmando que essas foram algumas das suas influências musicais, sendo que as mesmas foram evoluindo ao longo do tempo.

João Só, acompanhado da sua banda e seguido por os seus "pupilos", subiu ao palco das Festas de Santa Comba Dão no passado dia 14, sexta-feira, onde apresentou vários temas, entre eles "Queres", "A Marte", "Sorte Grande".

Depois do concerto estivemos à conversa com o artista, que nos falou um pouco sobre si e as suas influências musicais, bem como a atuação nas Festas.

 

Como é que defines o teu estilo musical?
É um bocadinho aquele estilo canto-autor. Gosto muito de vários autores, de viola acústica… Gosto de músicas que também tenham alguma energia; por isso, gosto de canções poderosas. E gosto de ter uma boa banda por trás.

E o público, achas que reage bem à tua música?
Acho que sim. Cada vez têm reagido melhor, mas isso também depende dos sítios e dos dias. Há sempre sítios mais difíceis. O de hoje, aliás, foi um bom concerto; e também tinha aqui a claque dos meus “pupilos”. E é engraçado ver que a música vai chegando às gerações mais novas, e não envelhece. Isso é uma maneira de as canções estarem sempre a rejuvenescer. Eu acho que essa é a parte bonita da música. Canções com anos e anos conseguem sempre ganhar nova vida.

Já respondeste em parte à próxima pergunta. Achas que o público de Santa Comba Dão também foi recetivo?
Acho que sim. Havia pessoas mais para trás… Mas este ambiente de “feira” por vezes também tem aquele lado um bocadinho ingrato de ter barraquinhas e várias coisas que chamam a atenção. Mas eu via pessoas a cantar, e pessoas interessadas. Por isso acho que reagiram bem ao concerto. E eu gostei bastante de tocar aqui, em Santa Comba Dão.

E na atuação, notaste algumas diferenças entre os concertos que geralmente fazes?
É sempre diferente. O som é sempre diferente. Nós tocamos sempre de uma maneira um bocadinho bocadinho diferente. Reagimos às pessoas, e a nós próprios, e aí torna-se cada vez melhor. Também tocamos cada vez mais juntos. A banda fica mais aliada, e isso dá uma alegria acrescida ao público. É como um novelo…

E como surgiu o convite para atuares aqui hoje?
Foi um convite normal. Sei que havia interesse de parte da Comissão e do promotor em trazer-me cá. Houve o convite e nós aceitámos, com muito gosto. E aqui estamos. (risos)

E é para voltar?
Sim, claro, é para voltar.

E alguma vez tinhas vindo a Santa Comba Dão?
Já tinha vindo a Santa Comba Dão em férias. Vínhamos bastantes vezes aqui, e mesmo a Tondela e à Barragem da Aguieira, quando vivi em Coimbra, até aos nove anos.

E o que achas deste ambiente?
Acho maravilhoso. Eu gosto das pessoas de Santa Comba Dão. Fomos bem recebidos em todos os sítios onde estivemos, tanto aqui como no jantar. Trataram-nos sempre muito bem, e é sempre bom ser bem tratado. (risos)

As tuas músicas são todas em português. Nunca pensaste fazer nada fora desse registo?
Não me é natural. Tenho muitas influências de canções anglo-saxónicas, e de artistas ingleses, americanos e australianos, só que para mim nunca foi uma coisa natural escrever em inglês. Para mim, o português sempre foi uma língua imediata para escrever canções. Não há nenhuma razão para além dessa. Gosto muito de bandas portuguesas que cantam em inglês, mas para mim não é fácil escrever nessa língua, e português é relativamente fácil.

E agora, para terminarmos, consegues definir-te e à tua personalidade numa só palavra?
Ambicioso. Ambicioso no sentido de querer sempre mais e melhor, não no sentido de ter uma ambição cega, de querer vingar por todos os meios. Acho que sou uma pessoa dinâmica. Dinâmica é melhor do que ambicioso.

E que projetos te esperam daqui para a frente?
Só o futuro o dirá. Tenho um estúdio, estou constantemente a trabalhar com os artistas, vou fazendo canções novas… Sou um bocadinho compulsivo nisso. Já tenho coisas que integrarão, ou não, o novo disco. Mas aguardem e vão ver… (risos)

Então, vais continuar a apostar na música!?
Sim, claro...sempre!

 

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