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Pinheiro de Ázere - Monumentos e locais históricos

São muitos os locais de cariz histórico-cultural, constituídos por monumentos e construções antigas, a visitar na freguesia de Pinheiro de Ázere.

O turista ou visitante pode iniciar a sua viagem por estas terras, visitando o Coreto. Presume-se que os coretos sejam de ascendência oriental, tendo surgido com os quiosques – chegaram mesmo a designar os coretos de quiosques de música. Proliferam na segunda metade do século XX, com a revolução industrial e a “era do ferro” e dela foram os ex-líbris. O coreto torna-se centro obrigatório, em torno do qual os indivíduos convivem para praticarem as suas festas e romarias.

É nas décadas de 40, 50 e 60 do século XX que os coretos proliferam nas zonas rurais, dando à paisagem uma cor pitoresca, sendo normalmente construídos num largo ou junto ao centro paroquial.

A população de Pinheiro de Ázere (e particularmente os elementos da Filarmónica) sentiu a necessidade de construir o seu Coreto, no maior largo da freguesia, junto às portas da povoação, na convergência das Avenidas Marechal Carmona e Salazar. O Coreto foi construído às custas de donativos populares e de emigrantes bem sucedidos, tendo sido inaugurado no ano de 1961 em grande apoteose musical.

A sua base é em cantaria de granito e cimento – no prolongamento dos pilares do suporte do chapéu. A sua forma octagonal empresta-lhe um aspeto piramidesco. A “barriga” da base, que comporta a caixa de ressonância, é utilizada como espaço de arrumação. Aí existe uma porta e em cada face da base abriram-se frestas para ventilação e luminosidade.

Os pilares cilíndricos, de betão, sustentam um chapéu que termina num acrotério a simbolizar a atividade para que o coreto foi construído – a lira. A ligação entre os pilares de suporte, assim como a base de cobertura, é feita por um gradeamento decorativo de ferro forjado, de formas curvilíneas, singelas, mas expressivas.

O coreto foi palco privilegiado das atuações da Banda Filarmónica, em concertos de domingos e nas festas cíclicas. Em seu torno se concentrou, durante décadas, a vida social da freguesia e de aldeias circunvizinhas.

Foi o local designado por Largo do Coreto, emblema da freguesia e da sua coletividade musical.

Recomenda-se uma visita ao Pelourinho. Os pelourinhos englobavam em si dupla função de padrões de autoridade municipal, senhorial ou eclesiástica disputando, entre si, foros de pressuposta primazia.

Presume-se que o pelourinho de Pinheiro de Ázere date do século XVI. Este monumento é construído em granito com quatro degraus octogonais, apresentando fuste cilíndrico liso e remate cónico e liso. Pertence ao tipo de pelourinhos classificados de “pinha”.

Para além dos diversos monumentos existentes nesta freguesia, o turista pode ainda visitar as várias Fontes de Mergulho, construídas em granito e que ainda se encontram em bom estado de conservação, como por exemplo, a Fonte do Adro, a Fonte da Bica e a Fonte da Tareija.

A freguesia de Pinheiro de Ázere é também muito rica a nível arquitetónico.

Destaquem-se as Casas Solarengas existentes, provavelmente datadas do século XVII e que pertencem a várias famílias:

- o Solar Família José Feliciano;
- o Solar Família António Lopes;
- o Solar Família Veloso dos Reis.

Saliente-se, igualmente,o Solar dos Corte Real. Situado no Rojão Pequeno e pertencente ao estilo barroco pombalino, este solar possui brasão do século XVIII. Presume-se que já existisse no período compreendido entre 1657 e 1751, com a designação de “Quinta do Rojão”.

Foi seu proprietário José Carlos Tudela Corte Real, filho de José Carlos Fuzante Corte Real e de D. Maria Tudela Nápoles.

Recomenda-se, igualmente, uma visita à Igreja Matriz devota a São Miguel Arcanjo. A dividir o corpo da igreja do altar-mor existe um arco que fecha com pedra, onde está esculpida a Cruz de Avis, símbolo da Ordem de Cristo. No pavimento que antecede o altar-mor e no pavimento da porta da sacristia existem lajes de dimensões regulares com inscrições ilegíveis que servem de cobertura a sepulturas, possivelmente de comendadores que aqui tenham falecido. Estas lajes ficaram debaixo dos mosaicos devido à restauração da igreja. Em abril de 1977, começaram as obras da ampliação e reconstrução desta igreja.

São diversas as Capelas existentes na freguesia e que merecem uma visita atenta. Entre as mais conhecidas encontram-se a Capela Senhora da Ribeira, a Capela de São Sebastião e a Capela Senhor das Necessidades.

A Capela Senhora da Ribeira ou do Pranto foi, em tempos, o mais célebre santuário destas terras situando-se entre montes, à beira do Mondego. Era um edifício muito antigo, presumindo-se que tenha sido igreja de uma freguesia, há muitos séculos suprimida.

Reza a lenda que a imagem de Nossa Senhora do Pranto foi achada entre os rochedos, no local chamado Monte da Senhora, por caçadores que casualmente por ali passavam e que juntamente com o povo erigiram a capela. O templo era construído em pedra granítica, que não existia no local, pelo que se deduz que deveria ser trazida de outra região.

Consta que a capela já existia há muitos anos, quando pelo ano de 1200 a Igreja Matriz da freguesia, em São Miguel Velho, foi demolida e que toda a sua cantaria foi aplicada naquela capela.

Com as recentes e frequentes reparações e edificações, apenas a capela-mor mostra vestígios de muita antiguidade. O corpo da capela, amplo e elegante, foi acrescentado no ano de 1660. O altar-mor é feito em talha dourada simples, de estilo renascentista, ao passo que os dois altares laterais, igualmente de talha dourada, pertencem ao estilo barroco, presumindo-se que tenham pertencido à antiga Igreja de São Miguel Velho.

Mais tarde, devido à grande afluência de peregrinos, foi necessário construir um novo altar que se supõe ser o do Senhor dos Passos. Da parte de fora da ermida havia uma capelinha, dedicada a Nossa Senhora do Bom Despacho, que foi construída pelos anos de 1690, para que os romeiros que não coubessem na capela pudessem ouvir a missa. Junto desta aglomerava-se a população, de cerca de 100 habitantes, que viviam da agricultura, exploração florestal e criação de gado caprino e ovino.

Aquando da construção da Barragem da Aguieira, todos os habitantes tiveram que abandonar a aldeia. A sua capela foi transferida, pedra por pedra, e reconstruída dentro das suas primitivas linhas, em local sobranceiro à Albufeira, no lugar denominado Cruzeiro, cujo monumento ainda hoje existe.

Foi local de peregrinação e de recolhimento, tendo sido no mesmo recinto construída uma fonte a expensas do povo, cujas águas, são consideradas mineromedicinais devido aos componentes nela predominantes.

 

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