A freguesia de São Joaninho situa-se a norte do concelho de Santa Comba Dão.
Terra antiquíssima, com referências em documentos do período visigótico, pertenceu ao Couto de Mões da família de Egas Moniz e, mais tarde, durante a baixa idade média, ao bispado de Coimbra, segundo documentos do ano de 1320.
Destaque para a existência de duas cartas de doação do século X referentes a esta freguesia: uma datada de 974, assinada por Oveco Garcia, senhor desta região e outra assinada por Múnicio Gonçalves datada de 985.
Pode falar-se de uma presença cristã nesta área geográfica, anterior ao século X, uma vez que são referidas doações de bens com fins espirituais e lugares de culto com edificações para a permanência de monges que cultivavam e ensinavam a cultivar a terra.
A imagem inicial do Padroeiro São João Baptista seria bastante pequena, pelo que o povo começou a chamar-lhe São Joaninho, nome que perdurou. Os referidos documentos apresentam referências a São João e outros lugares, aquando da descrição dos limites da “villa de Santa Comba“.
A freguesia de São Joaninho fez parte do concelho do Couto do Mosteiro até à sua extinção, no ano de 1836, e da comarca de Tondela. Foi, posteriormente, integrada no concelho e comarca atuais. No ano de 1881, passou da Diocese de Coimbra para a Diocese de Viseu.
Durante o ano realizam-se várias festas e romarias como, por exemplo, o São João a 24 de junho; São Lourenço no mês de agosto; São Sebastião a 20 de janeiro e Santo Estevão a 26 de dezembro.
São muitos os locais de cariz histórico-cultural, constituídos por monumentos e construções antigas, a visitar na freguesia de Pinheiro de Ázere.
O turista ou visitante pode iniciar a sua viagem por estas terras, visitando o Coreto. Presume-se que os coretos sejam de ascendência oriental, tendo surgido com os quiosques – chegaram mesmo a designar os coretos de quiosques de música. Proliferam na segunda metade do século XX, com a revolução industrial e a “era do ferro” e dela foram os ex-líbris. O coreto torna-se centro obrigatório, em torno do qual os indivíduos convivem para praticarem as suas festas e romarias.
É nas décadas de 40, 50 e 60 do século XX que os coretos proliferam nas zonas rurais, dando à paisagem uma cor pitoresca, sendo normalmente construídos num largo ou junto ao centro paroquial.
A população de Pinheiro de Ázere (e particularmente os elementos da Filarmónica) sentiu a necessidade de construir o seu Coreto, no maior largo da freguesia, junto às portas da povoação, na convergência das Avenidas Marechal Carmona e Salazar. O Coreto foi construído às custas de donativos populares e de emigrantes bem sucedidos, tendo sido inaugurado no ano de 1961 em grande apoteose musical.
A sua base é em cantaria de granito e cimento – no prolongamento dos pilares do suporte do chapéu. A sua forma octagonal empresta-lhe um aspeto piramidesco. A “barriga” da base, que comporta a caixa de ressonância, é utilizada como espaço de arrumação. Aí existe uma porta e em cada face da base abriram-se frestas para ventilação e luminosidade.
Os pilares cilíndricos, de betão, sustentam um chapéu que termina num acrotério a simbolizar a atividade para que o coreto foi construído – a lira. A ligação entre os pilares de suporte, assim como a base de cobertura, é feita por um gradeamento decorativo de ferro forjado, de formas curvilíneas, singelas, mas expressivas.
O coreto foi palco privilegiado das atuações da Banda Filarmónica, em concertos de domingos e nas festas cíclicas. Em seu torno se concentrou, durante décadas, a vida social da freguesia e de aldeias circunvizinhas.
Foi o local designado por Largo do Coreto, emblema da freguesia e da sua coletividade musical.
Recomenda-se uma visita ao Pelourinho. Os pelourinhos englobavam em si dupla função de padrões de autoridade municipal, senhorial ou eclesiástica disputando, entre si, foros de pressuposta primazia.
Presume-se que o pelourinho de Pinheiro de Ázere date do século XVI. Este monumento é construído em granito com quatro degraus octogonais, apresentando fuste cilíndrico liso e remate cónico e liso. Pertence ao tipo de pelourinhos classificados de “pinha”.
Para além dos diversos monumentos existentes nesta freguesia, o turista pode ainda visitar as várias Fontes de Mergulho, construídas em granito e que ainda se encontram em bom estado de conservação, como por exemplo, a Fonte do Adro, a Fonte da Bica e a Fonte da Tareija.
A freguesia de Pinheiro de Ázere é também muito rica a nível arquitetónico.
Destaquem-se as Casas Solarengas existentes, provavelmente datadas do século XVII e que pertencem a várias famílias:
- o Solar Família José Feliciano;
- o Solar Família António Lopes;
- o Solar Família Veloso dos Reis.
Saliente-se, igualmente,o Solar dos Corte Real. Situado no Rojão Pequeno e pertencente ao estilo barroco pombalino, este solar possui brasão do século XVIII. Presume-se que já existisse no período compreendido entre 1657 e 1751, com a designação de “Quinta do Rojão”.
Foi seu proprietário José Carlos Tudela Corte Real, filho de José Carlos Fuzante Corte Real e de D. Maria Tudela Nápoles.
Recomenda-se, igualmente, uma visita à Igreja Matriz devota a São Miguel Arcanjo. A dividir o corpo da igreja do altar-mor existe um arco que fecha com pedra, onde está esculpida a Cruz de Avis, símbolo da Ordem de Cristo. No pavimento que antecede o altar-mor e no pavimento da porta da sacristia existem lajes de dimensões regulares com inscrições ilegíveis que servem de cobertura a sepulturas, possivelmente de comendadores que aqui tenham falecido. Estas lajes ficaram debaixo dos mosaicos devido à restauração da igreja. Em abril de 1977, começaram as obras da ampliação e reconstrução desta igreja.
São diversas as Capelas existentes na freguesia e que merecem uma visita atenta. Entre as mais conhecidas encontram-se a Capela Senhora da Ribeira, a Capela de São Sebastião e a Capela Senhor das Necessidades.
A Capela Senhora da Ribeira ou do Pranto foi, em tempos, o mais célebre santuário destas terras situando-se entre montes, à beira do Mondego. Era um edifício muito antigo, presumindo-se que tenha sido igreja de uma freguesia, há muitos séculos suprimida.
Reza a lenda que a imagem de Nossa Senhora do Pranto foi achada entre os rochedos, no local chamado Monte da Senhora, por caçadores que casualmente por ali passavam e que juntamente com o povo erigiram a capela. O templo era construído em pedra granítica, que não existia no local, pelo que se deduz que deveria ser trazida de outra região.
Consta que a capela já existia há muitos anos, quando pelo ano de 1200 a Igreja Matriz da freguesia, em São Miguel Velho, foi demolida e que toda a sua cantaria foi aplicada naquela capela.
Com as recentes e frequentes reparações e edificações, apenas a capela-mor mostra vestígios de muita antiguidade. O corpo da capela, amplo e elegante, foi acrescentado no ano de 1660. O altar-mor é feito em talha dourada simples, de estilo renascentista, ao passo que os dois altares laterais, igualmente de talha dourada, pertencem ao estilo barroco, presumindo-se que tenham pertencido à antiga Igreja de São Miguel Velho.
Mais tarde, devido à grande afluência de peregrinos, foi necessário construir um novo altar que se supõe ser o do Senhor dos Passos. Da parte de fora da ermida havia uma capelinha, dedicada a Nossa Senhora do Bom Despacho, que foi construída pelos anos de 1690, para que os romeiros que não coubessem na capela pudessem ouvir a missa. Junto desta aglomerava-se a população, de cerca de 100 habitantes, que viviam da agricultura, exploração florestal e criação de gado caprino e ovino.
Aquando da construção da Barragem da Aguieira, todos os habitantes tiveram que abandonar a aldeia. A sua capela foi transferida, pedra por pedra, e reconstruída dentro das suas primitivas linhas, em local sobranceiro à Albufeira, no lugar denominado Cruzeiro, cujo monumento ainda hoje existe.
Foi local de peregrinação e de recolhimento, tendo sido no mesmo recinto construída uma fonte a expensas do povo, cujas águas, são consideradas mineromedicinais devido aos componentes nela predominantes.
A freguesia de Pinheiro de Ázere situa-se entre o Rio Dão e o Rio Mondego, tem a freguesia de Óvoa a oeste, a freguesia do Vimieiro a norte, São João de Areias a este e o rio Mondego a sul.
Dista, aproximadamente, seis quilómetros da sede do concelho e tem uma área aproximada de onze quilómetros quadrados. Tem como população cerca de 1090 habitantes em 536 fogos distribuídos por três povoações: Pinheiro de Ázere, Pinheirinho e Rojão Pequeno.
Pinheiro de Ázere foi vila e sede do concelho na comarca de Viseu. O seu concelho extinguiu-se em 1834, passando para São João de Areias. Em 1895 estabelece-se em Santa Comba Dão. Pouco se sabe da constituição deste extinto concelho, mas a "villa" de Ázere vem mencionada nas Inquirições de 1258, sendo o lugar de Pinheiro uma honra. A antiga freguesia era vigararia da apresentação da Mesa da Consciência e comenda da Ordem de Cristo.
Diz-se que a freguesia se denominava, nos primeiros tempos, Santa Maria do Pinheiro. A palavra Pinheiro deve ter tido origem no facto de ter existido, em tempos remotos, junto da ermida dedicada a Nossa Senhora, um monstruoso pinheiro que caiu por ocasião de um grande temporal, no ano de 1700. Esta ermida existiu em São Miguel Velho, em Pinheirinho.
Para uns a palavra Ázere deriva da palavra “azize”, que significa estimada. No entanto, há quem considere que ela deriva de “azar” que significa batalha. É possível que, em tempos bastante longínquos, se tenha travado alguma batalha muito importante, nesta região.
Pouco se conhece da constituição deste extinto concelho de Pinheiro de Ázere até ao século XIII, mas nas inquirições a que se procedeu em Maio de 1258, ordenadas por D. Afonso III, diz-se que uma parte de Pinheiro pertencia a Santa Cruz de Coimbra e as outras três partes à Ordem do Templo, e que os seus homens iam nas hostes do Rei.
Foi nesta vila que o conde D. Pedro, filho de D. Dinis, esperou seu irmão D. João Afonso que o desafiara. Porém, a conselho de D. Afonso – o futuro rei – retirou-se com as suas hostes que o acompanhavam desde a Beira, evitando-se assim o confronto.
A 13 de Julho de 1514 foi-lhe concedida Carta Foral, por D. Manuel, que regulamentava os direitos e os deveres dos habitantes da freguesia.
A partir de 1532, com a criação da mesa da consciência e ordens, tribunal criado por D. João III para a resolução dos diversos casos jurídicos e administrativos relativos ao mestrado da Ordem de Cristo, ficou este concelho pertencendo ao referido tribunal.
Em 1640, a vila de Pinheiro de Ázere tinha cerca de 100 vizinhos (hoje denominados jogos). Tinha dois tabaliães do público judicial e notas, escrivão da câmara, almotaceria – uma repartição que tratava somente de pesos e medidas -, inquiridor, contador distribuidor, escrivão de sisas, juiz ordinário e dos órfãos, escrivão dos órfãos e vereador.
Com reforma administrativa de 1836, esta freguesia deixou de ser sede de concelho, mas só em setembro de 1895 passou a estar agregada ao concelho de Santa Comba Dão.
São muitos os locais de cariz histórico e cultural, constituídos por monumentos e construções antigas, a visitar no território equivalente à antiga freguesia de Óvoa, agora integrado na União de Freguesias de Óvoa e Vimieiro.
O turista ou visitante pode iniciar a sua viagem histórico-cultural por estas terras, visitando a Igreja Matriz. Construída em 1725, esta igreja é um belíssimo edifício de feição barroca e apresenta na decoração dos interiores uma talha dourada de grande valor artístico.
Há outros monumentos e construções de interesse histórico e cultural por descobrir: o Pelourinho data do século XVII e é o monumento nacional que resta da povoação de Óvoa como concelho.
Sendo um dos mais bonitos da Beira Alta, é pouco conhecido. Está situado na Praça Principal, em frente da antiga sede da Junta de Freguesia, outrora Tribunal do concelho de Óvoa e, mais tarde, Escola das Raparigas. Como muitos outros, o pelourinho é constituído por três degraus circulares, uma coluna e no topo, a chamada gaiola, ornamentada com belos motivos arquitetónicos.
Óvoa situa-se na margem esquerda do rio Dão a três quilómetros da sede de concelho.
Povoação muito antiga e de grande beleza natural e arquitetónica conserva o seu antigo ambiente fidalgo.
Pelas Inquirições de 1258, ocorridas no tempo de D. Afonso III, sabe-se que Óvoa já tinha recebido, no ano de 1256, a sua carta de foral, constituindo, portanto, um concelho que foi o único desta região com juiz de nomeação régia.
Todavia, só metade da vila pertencia à coroa. Parte destas terras pertenciam por herança a D. Diogo de Albergaria, senhor da Casa de Santar que, tendo tomado o partido de Castela, aquando da revolução de 1383 – 1385, as perdeu a favor da coroa.
Mais tarde, por carta régia de 1398, D. João I concedeu estas terras como dote a Fernão Gonçalves de Figueiredo, genro do antigo senhor. Com base no estipulado na lei mental e por carta régia de 1475, estas terras e outras regressaram à coroa. Foram doadas ao príncipe D. João, futuro D. João II, que delas fez mercê a D. Luís da Cunha senhor da Casa dos Cunhas em Tábua e da Casa de Santar. Estas terras ficaram na família até à fuga de D. Lopo da Cunha para Espanha, em 1641, aquando da Guerra da Restauração. Por este motivo, regressaram de novo à coroa.
Do século XIII, destaque para as referências à existência de jugaria e cavalaria sob a alçada do juiz e mordomo de Óvoa, o que demonstra a sua importância político-militar e económica nesta região.
Óvoa recebeu foral novo a 16 de março de 1514 outorgado por D. Manuel. Este documento que devia criar as condições político-administrativas para uma maior autonomia das populações acabava por regulamentar apenas os direitos e deveres dos cidadãos.
Nos meados do século XVIII, Óvoa era concelho de Viseu e em 1811 era concelho da Beira com juiz ordinário, comarca, correição, provedoria, diocese de Viseu e donatária a universidade. No ano de 1832 era concelho e comarca de Tondela e em 1835 aparecia como concelho no julgado de São João de Areias, menos as populações situadas a sul do Mondego.
O concelho de Óvoa também não resistiu à reforma administrativa dos liberais em 1836. Continuou como vila até 1878, ano em que perdeu este estatuto e passou, como freguesia, a fazer parte do atual concelho de Santa Comba Dão. Atualmente, integra a União de Freguesias de Óvoa e Vimieiro, criada aquando da reorganização administrativa de 2012/2013.
Ao longo do ano são várias as festas e romarias organizadas pelas populações: São Martinho é o padroeiro a 11 de novembro; Santo Ovídeo festeja-se em julho, na localidade de Cagido; Santo António em Vale Couço, no dia 29 de junho, e Santo Amaro celebra-se no Outeiro a 15 de janeiro.